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Eques Antiqui, Nobilissimi, atque Clarissimi Ordinis Sancti Jaca Gladio, Director Horti Botanici Fluminis Januarii, Socius Effectivus Instituti Historici et Geographici Braziliae, Laureatus ab Instituto Scientiarum Physicarum et Naturalium Florentiae, Socius Regiae Academiae Scientiarum Olysipponensis, Imperialis et Regalis Societatis Botanicae Vindobonensi, Societatum Botanicae Anedae et Massiliae, Instituti Conimbricensis, Regiae Societatis Anthropologicae Florentiae, Societatis Friburguensis Investigatorum Naturae, Nationalis Academiae Parisiorum,
necnon Societatis Geographicae Parisiorum, et Fluminis Januarii, etc.
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» XVIII Arenaruim arenarium
Ainda outros erros encontrará o leitor, principalmente na parte latina, mas que benevolamente corrigirá.
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J. BARBOSA RODRIGUES
Eques Antiqui, Nobilissimi, atque Clarissimi Ordinis Sancti Jacobi a Gladio, Director Horti Botanici Fluminis Januarii, Socius Effectivus Instituti Historici et Geographici Braziliae, Laureatus ab Instituto Scientiarum Physicarum et Naturalium Florentiae, Socius Regiae Academiae Scientiarum Olysipponensis, Imperialis et Regalis Societatis Botanicae Vindobonensi, Societatum Botanicae Anedae et Massiliae, Instituti Conimbricensis, Regiae Societatis Anthropologicae Florentiae, Societatis Friburguensis Investigatorum Naturae, Nationalis Academiae Parisiorum,
necnon Societatis Geographicae Parisiorum, et Fluminis Januarii, etc.
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*$ oM o fim de augmentar as colleccóes de plantas indi- genas e adquirir sementes para que a flora do paiz ^ bem represente as suás differentes zonas n'este jardim, emprehendi uma expedicáo ao sul do Brazil oriental, visto como pelas minhas excursóes ao extremo norte, já satisfactoria- mente ella é representada.
Tendo percorrido todo o valle do Amazonas, e conhe- cendo o littoral do norte, só me faltava correr o sul, e como é certo o que cantava o poeta zz arduum volentibus, com grande dispendio e sacrificios, em fins de Margo d'este anno, encetei viapem. Depois de percorrer parte dos Estados do Sul, sendo escala forcada o Paraguay, demorei-me algum tempo em Assumpcáo, explorando as cercanias, para melhor fazer um estudo comparativo das differentes floras.
Além do fim puramente botanico, outro me obrigava a demorar-me nas terras paraguayas: o do estudo comparativo do abaneenga, conhecido ahi por guarany ou karany e no norte do Brazil por tupy, ou lingua geral, estudo este que ha bastantes annos tambem me occupa. Passando os dias entre as plantas, passava-os tambem com os campesinos, que sáo hoje os me- Ihores, conhecedores da lingua dos nossos avós e os que melhor conhecem os nomes vernaculos das plantas.
Em trabalhos passei os dias e as noites, szze labore niil, pelo que augmentou-se muito o meu cabedal, nào só para a sciencia de Linneo como para o estudo linguistico.
— VIII —
Se a regiáo platina tem sido visitada por muitos via- jantes-naturalistas e sobre ella já bastante se tenha escripto; se a regiào paraguaya tambem tem sido percorrida, depois de Francia, comtudo à regiáo Matto-Grossense, n'essa parte, nào tem sido muito feliz, porquanto, pouco se sabe relativamente ás suas riquezas botanicas.
Visitaram aquellas regióes e a seu respeito escreveram Commerson, no seculo passado; Caldcleugh (1819-21), Saint-Hi- laire (1821), D'Orbigny (1826-33), Miers (1825-27), Arseéne (1833), Isabelle (1833), Bacle (1835), Tweedie (1835), Lorentz (1870—72), Grisebach (1879), Hyeronimus (1882), Balansa (1886), Parodi (1886-88), Morong (1888-1890) e Kerr (1890-91).
Matto Grosso, que me conste, só foi visitado pelo Dr. Ro- drigues Ferreira (1788), pelo zoologista Natterer (1817-32), por Gaudichaud (1830-33) por D'Orbigny (1826-33), por Weddell (1844), e ultimamente pelos Srs. Spencer Moore, bo- tanico da expedicáo Charles Ward (1891-92), Drs. Carlos Lindman e Malme (1895-96). Como geographos, o Dr. Steine, e Meyer e como entomologista Herbert Smith.
Devo tambem notar que, em 1836, o Dr. Patricio da Silva Manso (1), colheu muitas plantas em Cuyabá, porém foram enviadas para Europa, por Lhotsky. Fazem parte do herbario de Martius e jà estáo todas descriptas.
Dos primeiros sáo conhecidas as suas descobertas, apenas náo conheco publicacáo alguma dos resultados botanicos dos estudos de Lindman.
Matto Grosso, entretanto, podia ter hoje a sua flora mais conhecida, se a fatalidade nào perseguisse a commissáo scientifica, que durante os annos de 1825 a 1829 explorou este Estado, por conta do imperador Alexandre I, da Russia; commissio conhecida por expedicào do Conselheiro Jorge Langsdorff. Fazia parte d'ella Luiz Riedel, botanico de firmada reputacáo, unico que escapou, depois de ter atravessado Matto Grosso e o Pará.
(1) Autor da ZEmuzeragáo das substancias ürazileiras que podem promover a catarze. 1836. -
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Para a Russia foram enviados alguns herbarios, porém, segundo affirma o Sr. Visconde de Taunay (1r), baseado na opiniáo do finado Baráo de Melgaco ( Augusto Leverger ), «todos os trabalhos e até simples vestigios e indicagóes d'essa importante exploracáo se perderam».
Se náo ífóra esse facto, algumas das plantas que hoje descrevo estariam scientificamente determinadas, por quanto algumas sáo referidas, pelos nomes vulgares, pelo Sr. Hercules Florence, que foi desenhista da mesma commissáo (2).
Como a flora dos campos geraes do planalto Matto Grossense se ligue á do de Goyaz e seja quasi a mesma, nào só pela curta distancia, como pela facilidade da dispersáo das sementes disseminadas pelos ventos e pelos passaros, para tirar toda e qualquer duvida, procurei ver se nào teria a com- missio brazüeira, exploradora do planalto central do Brazil, encontrado as mesmas especies que aqui descrevo. Para isso, se bem que a commissáo fosse brazileira, tive de recorrer ao estrangeiro, por quanto todas as plantas colhidas n'essa expe- digáo, por pessoal brazileiro, á custa dos cofres do Brazil, foram remettidas para a Europa a fim de ahi serem classificadas, dando-se uma prova publica do atrazo scientifico do nosso paiz, quando nào ha razáo para semelhante procedimento.
Releve-se-me o assim expressar-me, porque ha longos annos, como andorinha desgarrada, bato-me contra a opiniáo dos que affirmam que a botanica no Brazil está na infancia e que no Brazil se nào póde classificar por falta de herbarios, quando temos muitos exemplos do contrario, dados pelos que trabalham com patriotismo.
Com o fim, pois, de verificar as minhas especies, procurei ver o resultado botanico colhido pelo Sr. Glaziou, botanico da mesma commissáo, porém nào encontrei um só trabalho scien- tifico do mesmo senhor e apenas li o relatorio do Sr. Ule,
(1i) Rev. do Inst. Hist. Geogr. Braz. t. 38, p. 337. (2) Op. cit. p. 355.
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outro botenico da mesma commissáo, pelo qual fiquei sabendo que as plantas á medida que iam sendo colhidas, iam sendo logo remettidas para a Europa, para ahi serem determinadas. E' o que se collige d'este periodo:
«Antes que as linhas. precedentes fossem remettidas á imprensa, recebi azzd/a algumas communicacóes (da Europa) sobre os resultados das colleccóes botanicas, nas quaes, ainda que os phanerogamas se achem apenas determinados até a metade, jà se encontram especies novas e dous generos novos» (t).
Náào podendo assim colher informagóes em trabalhos brazileiros ou dos botanicos estrangeiros, estipendiados pelo governo do Brazil recorri entáo a uma publicacáo do sabio Dr. Taubert (2), de saudosa memoria, um dos botanicos que determinaram as plantas da commissáo, e ahi nào encontrei nenhuma das minhas especies.
Quanto ás palmeiras de que me vou occupar no referido trabalho, Taubert apenas apresenta uma Geozoza nova que nào é nenhuma das minhas.
E' para se notar que os herbarios de Weddell tambem estáo, até hoje, quasi sem ser aproveitados, no Museu de Paris.
Portanto o resultado, que aqui apresento da minha excur- sào botanica póde soffrer aleuma modificacào, se o' meu amigo, Dr. Lindman, publicou os seus trabalhos, o que eu ignoro; mas creio que nào, porque se os tivesse feito, tenho certeza que teria me enviado, como tem procedido o Sr. Malme, seu companheiro de expedicáo. |
Em Maio cheguei á regiáo Matto Grossense, depois de ter percorrido a do Paraguay e de ver que ahi pouco tinha a fazer. Entrando logo nos meus trabalhos notei que tambem na regiio brazileira a época era má, pois que havia cessado a flo-
(1) Cruls. Comumissdo explor. do Blamaito central do Brazil. Relatorio apresentado etc. Ió9gz. pag. 365. (2) .Beitrüge sur. Kenntnis der Flora des central-brasilianischen Staates Goyaz. 1898.
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rescencia e os campos estavam seccos, estragados pelo gado ou destruidos pelas queimadas, que principiavam a devorar extensas regióes.
Apezar d'isso, consegui algum resultado de utilidade para o jardim, que dirijo, assim como para a sciencia; pois foi augmentada com mais algumas observacóes e mais algumas especies que, acredito, sejam novas.
Foi pelos campos e pelas margens dos rios Paraguay, 5S. Lourengo, Cuyabá, Coxipó, Aricá, S. Romiào, da Casca e outros; pelos serros calcareos do Ladario, Corumbá e Melgago; pelos campos geraes de Cuyabá; pela serra de S. Jeronymo, gargantas da Docayna e do Manoel Antonio, na Chapada (1); pelos serrados, capóes e mattas das vertentes dos rios, que tirei o resultado que aqui apresento com o fim unico. de náo perder a prioridade das minhas classificacgóes. A descripcáo da minha excursào botanica, publicarei mais tarde, passando a descrever aqui as plantas que encontrei e que julgo novas.
Se bem que pequena a messe, por ter sido curto e máo o tempo, comtudo assignala convenientemente a passagem do primeiro botanico brazileiro que pisou as areias auriferas das terras de Matto. Grosso, pois nào me consta que outro botani- camente tenha d'essas plagas, se occupado.
Podia este trabalho ter, logo após a minha chegada a esta Capital, entrado para. o prélo, se nào fosse querer consultar tambem o resultado botanico da expedigdo do Sr. Spencer Le Marchant Moore, publicada em 1895, nas Zrazsatzous of the Lennean Soctety of London, sob o titulo 7ZXe phanerogamic bo- luny of the Matto- Grosso expedition 1891-92, afim de que náo fosse dar como nova alguma planta pelo mesmo botanico des- coberta «e. classificada. Por isso, apenas cheguei pedi, por telegramma e por intermedio do Exm. Sr. ministro da Viacáo, ao nosso ministro em Londres, para que, com a maxima brevidade, me remettesse a referida obra. Com effeito, vinte e cinco dias
(1) Esta serra fica a 825 metros acima do nivel do mar e a 717 acima da cidade de Cuyabá.
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— XII —
depois a recebi e passando logo a estudal.a cheguei ao resul- tado de me considerar feliz, porque poucas foram as dicoty- ledoneas que perdi, náo tendo a lastimar o prejuizo de uma só monocotyledonea.
N'essa obra (pags. 498-500), o Dr. Moore trata de poucas palmeiras, apenas dá noticia de tres que suppóe novas, sem as denominar; descreve uma como nova, que o náo é, e pelos nomes vulgares trata de quatro.
E' verdade que confessa (pag. 272, em nota), que nào se importou com as palmeiras. Diz elle: «1 did not pay special attention to this group».
Tranquilo, agora posso entregar ao publico o resultado da minha expedicáo, que dividi em tres partes : Ae/agáo 6o- Llamca, Plante Mattogrossenses nove e. Palme | Mattogrossenses
42000. Sendo hoje de maior interesse esta íamilia, por ella comeco a publicacao.
Ordena-me a justia e a gratidào, que antes de fechar estas linhas, nào deixe de aqui perpetuar o meu reconhecimento ao Exm. Sr. Governador do Estado, Dr. Antonio Corréa da Costa e ao seu digno irmáo, o Sr. Dr. Jonas Corréa da Costa, pelos auxilios que prestaram ao humilde escriptor, na missáo que este desempenhava.
Á nàáo ser o fidalgo acolhimento, as facilidades e as in- formacóes que me proporcionaram, táo bom exito náo teria a minha tarefa, pelo que posso dizer que ao mesmo Exm. Senhor cabe a gloria das minhas descobertas. Ao bom e alegre companheiro de expedicáo, o Sr. José de Goes Peixoto de Azevedo, muito devo pelo que fez afim de me auxiliar, facilitar e ser de utilidade os trabalhos por que passamos, entregues ás intemperies, ao cansaco e ás fadigas; uma recordacáo e um aperto de máo a esses bons amigos, assim como áquelles que, como o Rev. Monsenhor Bento Severiano da Luz e o coronel Sulpicio, tào cavalheirosamente nos receberam sob o seu tecto hospitaleiro, nos campos da Chapada.
Seria injustiga e falta de gratidáo tambem nào perpetuar
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aqui o nome de um outro Matto-Grossense que, compe- netrado da sua alta missáo, soube dar valor a este insignificante trabalho, dando-lhe a publicidade, fazendo assim com que fossem utilisados os esforgos de seus conterraneos que, sem ella, seriam perdidos. Convencido de que a importancia de um paiz náo está simplesmente nas forgas materiaes e que, principal- mente, a sciencia é que dà vida ás nagóes cultas, gentilmente apressou-se em fazer conhecidas do mundo sabio esta pequena contribuigáo, ordenando que fossem impressas por conta do Governo. Este benemerito foi o cidadào Ministro da Industria, Viacdo e Obras Publicas, o Exm. Sr. Dr. Joaquim Duarte Murtinho.
II
Sejame permittido dizer ainda algumas palavras sobre a familia das palmeiras, de que me vou occupar.
Nas regióes quentes e humidas em que se levantam as nossas florestas virgens, existem madeiros gigantes, como o Giquitibà, que pela sua corpulencia querem, como soberanos, ' tudo avassallar ; mas, tambem apparecem audaciosos cipós, que, apoiados a elles, enroscando-se nos seus galhos, pretendem disputar a sua eminencia e levam assim as suas douradas e roseas paniculas de flores acima dos ramos mais elevados. Essa louca pretencáo da multidáo vária de ambiciosos entre- tanto, desapparece ante as esbeltas palmeiras, que, natural- mente, sem auxilio ou sem apoio, sáo acclamadas as rainhas das florestas e dos campos: a ea Pamarzs.
Nào tém ellas a corpulencia nem a forga de uns, nem a flexibilidade de outros, mas tém a distinccáo da raga, a aristo- cracia da belleza, que tudo avassalla e que as torna involun- tariamente rainhas do mundo vegetal.
Ellas mostram no seu porte a exuberancia e a riqueza do solo, e com os seus encantos dáo a graga e a vida que se encontra no interior das nossas florestas.
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Symbolisando uma regiào do globo, symbolisam tambem a gloria eterna, e á sombra de suas palmas se recolhem aquelles que no mundo sáo merecedores de altos premios, pelos seus. feitos, pelo seu saber, pelas suas virtudes ou pela sua santidade.
Se no meio da vegetacio florestal é soberana, nas cam- pinas tambem tem o seu imperio. |
Nos campos onde o sol crésta, a terra sécca, a humidade desapparece e o frio mata, se perdem a magestade do porte conservam comtudo o garbo, a elegancia e a altivez de sua linhagem.
Se ás vezes se nivelam ao porte do poviléo, conservam ainda assim a graga, a distinccáo, apanagio que as distingue à primeira vista. Pequenas, porém sempre bellas e altivas.
Nos campos, como em geral, nào tém a convivencia com outros membros da familia, aquellas que se afastam e vào viver nos terrenos elevados nunca se isolam, formam grupos de congeneres e em sociedade tudo dominam, offuscando todas as outras plantas que a seu lado apresentam um porte que mostra uma vida constrangida. Ellas, as palmeiras, participam dos effeitos do mesmo meio, mas, na disposicáo de sua. fo- lhagem, ostentam náo soffrer e algumas se apresentam isoladas, altaneiras e graciosas, destacando-se das companheiras para mostrar a sua forca e o seu imperio. Humilde, apresenta-se entretanto uma, que parece fugir do fausto das companheiras, e no meio das gramineas se occulta, e d'ellas se nào distingue ; é o pequeno Ariry, o Cocos jefíraea. E? a mais modesta das palmeiras; sempre pequenina, sempre se escondendo, che- gando até a occultar algumas vezes as suas flores e os seus fructos no solo de que se alimenta. Da sua modestia nasce, entretanto, o realce que lhe dá o merito.
Sào pois as palmeiras membros de uma grande familia que tem o cunho da distinccáo, o orgulho da forga e da belleza, e que se nào confundem com a multidáo que as rodeia. Se o gigante Giquitibá disputa o sceptro da realeza pela sua
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forcdà e crescimento, a esbelta e fina JYzssara, que cresce a seu lado, ergue-se á mesma altura, eleva a sua coróa acima da folhagem d'elle, com toda a elegancia, e quando o furacáo o quebra e o desgalha, esta meneando airosamente a. cabega resiste á sua furia, e passada a tempestade, olha incolume e orgulhosa para os destrogos que apresenta o rei das florestas e para os da sua vassallagem.
Tem como as rainhas o apanagio de protectoras dos via- jantes e d'aquelles que vivem longe dos bens da fortuna ou no estado selvagem. Sáo as arvores da vida, como as chamam os colonos da Guyana Ingleza.
Sào ellas que fornecem o fio com que tecem as rédes em que descangam o corpo; que lhes dào a linha para pescar, a isca para o fogo, o tecto para os abrigar, as paredes que os livra dos ventos e dos animaes, os soalhos que os privam da humidade, o lenho para as suas armas, os preparos para os seus ornatos, a palha para os diversos utensilios, a céra, o oleo e o sal com que se alumiam e temperam as suas igua- rias; que lhes dáo a agua para saciar a séde, o vinho para as suas festas; que os alimentam com os seus fructos e seus palmitos e até lhes fornecem remedios para seus soffri- mentos e doces para seus bailes. Nào ha familia vegetal que tanto offereca ao homem. Quanto nào soffreria o pobre e o viajante pelas nossas selvas se nào fosse a proteccáo das palmeiras?
O humilde escriptor d'estas linhas, quantas vezes nào teria de passar as noites exposto ás chuvas torrenciaes, dentro das mattas do equador, se nào fossem os instantaneos /JZauarys ('), feitos com suas folhas ?!
Quantas vezes nào lhe íÍoi saciada a séde pela agua e pelo vinho de seus fructos! Quantas vezes nào lhe mataram a fome os seus fructos e os seus palmitos!
Pela sua grande utilidade entram nas lendas de quasi todos os povos.
(!) Barracas que se levantam sobre duas forquilhas, IoMEG e cobertas só de folhas de palmeiras, principalmente do genero Attalea.
POS
E' considerada arvore sagrada, symbolo do sol, da riqueza, da geracáo, da forca, da resistencia, da immortalidade, da gloria e representa assim a Deusa Victoria, a Dea Palmaris.
Se no paganismo é reverenciada, no Christianismo é aben- coada. Quando Maria pelos desertos do Egypto andava fora- gida, levando Jesus, menino, em seus bracos, foram os fructos de uma palmeira que Ihe mataram a fome, e foram as suas folhas que ]he deram abrigo, pelo que seu sagrado Filho a escolheu para o symbolo da salvacáo eterna, declarando que com as suas palmas faria a sua entrada triumphal em Jerusalem.
Sào tantos os seus dotes, que Plutarco diz existir um hymno babylonico que canta os trezentos e sessenta beneficios que ellas prestam á humanidade e Garcia da Orta, nos seus Colloguzos fallando das cousas necessarias á vida humana assim se expressa em relagáo ás palmeiras: «Dá tantas e necessarias que nào sey arvore que dé a sesta parte» E' por isso tambem que tem a supremacia sobre todos os outros ve- getaes.
Esta familia, nobre e distincta, viveu entretanto obscura por muitos annos; foi preciso que um membro dos mais pro- eminentes, tambem da aristocracia do genio e do saber, com ella se encontrasse, para que, tomando-a em suas máos, Ihe assi- gnalasse o logar saliente que devia occupar na natureza.
Appareceu o mais eminente botanico que tem vindo ao Brazil, o Dr. Carlos Frederico von Martius, e póde-se dizer, com elle appareceram essas formosas phanerogamas. Linneo nào conheceu mais do que quinze especies, e foi só depois do palmographo bavaro que surgiram os admiradores das soberanas das mattas. Appareceram Blume, Ruiz e Pavon, Liebmann, Hooker, Wendland, Beccari, Drude e outros. As palmeiras principiaram entáo a ser procuradas com inte- resse.
Da Asia, da Africa, da Oceania e da America sahiram dos seus reinos desconhecidos, para tornarem-se o ornamento das estufas reaes e dos jardins. publicos e particulares de todo
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o mundo, offuscando sempre com os seus dotes as outras plantas que, com as suas bellas flóres e com seu aroma, pres- tam-hes homenagem a fim de melhor realgar a supremacia que Ihe reconhecem.
As palmeiras do Brazil, encanto de nossas mattas, por sua vez tiveram as attencóes dos homens cultos e comecaram a ser raptadas para os jardins da Europa, onde foram conhecidas pela monumental obra do mesmo Dr. Martius. (1)
Era crenca geral que a sua monographia encerrava todo o thesouro do Brazil e que todo o palmetum brazileiro ahi estava descripto, pois suppunha-se impossivel que novas pal- meiras houvesse e que tivessem escapado ao operoso viajante. Nào obstante no campo virgem que havia sido por elle explo- rado, appareceu depois o Dr. Ricardo Spruce, e, só no Ama- zonas, encontrou elle novas especies, com o que parecia ter assim feito conhecidas, entào, todas as palmeiras do Brazil.
Entretanto, quanto ainda n'esse campo havia por fazer! Tomei entào sobre meus hombros o pesado encargo de respi- gador e de fazer com que o Brazil, que apresenta a primeira flora do mundo, nào deixasse tambem, de nas palmeiras ser o primeiro. Dediquei.-me ao seu estudo, e n'estes 25 annos, lu- tando com os maiores sacrificios, devassando as mattas e os campos, as serras e as vargens; varejando sertóes, pan- tanaes e desflladeiros; exposto ás intemperies, curtindo a séde e a Ífome, affrontando os perigos dos animaes ferozes e o furor dos indios; percorrendo assim todo o valle do Amazonas desde as fronteiras; explorando todos os affluentes deste grande rio e transpondo as suas cachoeiras, entrando pelos sertóes do interior do paiz, chegando assim até Matto Grosso, depois de dar toda a volta do Brazil, consegui sobragar o estudo de cento e trinta e quatro especies novas, desconhecidas à sciencia, que pelos seus cultores tém sido recebidas.
Eu que, de mui longe, seguia as pegadas de Martius, o
(X) Genera et Species Palmarum, MDCCCXXIII.
2 ORSWIGUE:
palmographo que mais especies tinha descoberto no Brazil, e que occupou sempre o primeiro logar, tambem pelo seu saber, aos poucos d'elle me approximei e consegui alcangal.o na parte numerica das especies. RM
Elle colheu a messe de um campo inexploradoy e Vireem, eu respiguei n'um terreno trabalhado. |
O seu patrimonio, adquirido no Brazil contem cento e vinte e oito especies, salvo engano, e,no que eu vou formando. já tenho um computo que sóbe a cento e trinta e quatro todas por mim encontradas e estudadas nos logares em que crescem expontaneamente (r1).
Até 1878, segundo o palmographo Wendland (2), existiam classificadas r.orr especies, comprehendendo. 45. minhas, disse- minadas por todo o orbe; porém hoje esse numero deve-se elevar a quasi 1.200, sendo um tergo d'essas especies perten- centes ao Brazil. Pelos ultimos trabalhos estáo já determinados 410 especies brazileiras, e pode-se dizer que representam só o trabalho de dois homens, porque apenas cincoenta e uma foram descobertas ou descriptas por diversos outros estudiosos, como melhor se verá na lista que aqui junto. |
Orgulho-me por 1isso, como. brazileiro, porque doía-me n'alma ver que todas as nossas palmeiras, até 1872, tinham sido descobertas e descriptas por estrangeiros, embora amigos. do Brazil e sentia náo ver o nome de um brazileiro ligado a individuo algum dessa explendorosa familia, que tanto amo.
As que agora apresento nào sào todas as que existem em Matto Grosso, apenas relaciono as que encontrei e. de que colhi sPeczmemns.
Perguntar-me-hào, talvez, os incredulos, os partidarios e amigos de enviarem plantas para serem na Europa classificadas: — Como tendes certeza de que essas especies sejam novas, se náo confrontastes nenhum, herbario europeo?
(1i) Vide a relacáo das que tenho publicado e que apresento no fim deste trabalho. (2) Kerchoven. Zes Zamüers, pag. 230.
— XIX —
— Tenho, convictamente responderei, tenho, e nào confrontei herbarios, porém passou-me vivo, pelos olhos e pelas máos, todo o palmetum de Martius e quasi todo o dos outros botanicos. Náo confrontei rebotalhos seccos e incompletos; para identificacáo, servi-me de seus troncos, vi as plantas como a natureza as apresenta, abriguei-me debaixo de suas folhas, saboreei os seus fructos, apreciei o aroma de suas flores, e tambem soffri o effeito doloroso de seus espinhos. Essas filhas queridas as tenho retratadas nos seus menores detalhes e me acompanham, e dia virá em que saiam à luz da publicidade.
Se parece aos incredulos desconhecerem isso, por minha vez direi: — Perguntae a Bentham, a Hooker, a Wendland, a Parlatore, a Beccari, a Trail, a Kerchoven, a Drude, a Kuntze, a Wawra, a DBaillon e a outros; consultai o Zzdex Kewensis e todas essas auctoridades que representam a Inglaterra, a. Alle- manha, a Italia, a Escossia, a Belgica, a Prussia, a Austria e a Franca vos responderáo, tendo por interpretes o sabio Beccari, quando creou o genero JZaróosa: « Colgo quindi loccasione che mi si presenta, di distinguere questa nobile palma col nome del signor J. Barbosa Rodrigues, distinto bota- nico brazilano e conoscitore profondo delle Palme del suo paese » (1), ou o Dr. Wawra von Fernsee, quando na sua auto-biographia faz esta referencia: « Un autre botaniste, le fameux palmo et orchidologiste Barbosa Rodrigues » (2).
Alonguei-me, e contra minha vontade tive de fallar de mim, o que nunca fiz, porém náo me vituperem, circumstan- cias especiaes me obrigam a assim proceder, pelo que pego desculpa.
Ao apresentar-me no Rio de Janeiro depois da expedicáo à Matto Grosso, fui recebido por desgostos, que me fizeram assim exprimir-me, mas esses nào impediráo que eu, com ufania, possa dizer:
(1r) Ma/pighia. Anno T. Fasc. VIII. pag. rr. (2) Morren et Fonsny. Zes Bromeliacées Bréstliennes, 1881, p. 38.
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— '[omai, patricios meus, mais um punhado de palmas novas, que respiguei nas plagas Matto-Grossenses, para que nào preciseis perguntar a estrangeiros quaes as riquezas que possuimos.
Estas palmeiras ides conhecel-as folheando as paginas d'este livro.
VALE.
Jardim Botanico do Rio de Janeiro, em 5 de Setembro de 1897.
PALMAE MATTOGROSSENSES
Ord. PALMAE Mart.
Fam. CORYPHINEAE Mart. Gen. Copernicia Mart.
(COJPIEJRUNUKCIUAN (CISJRJUSIS) SUA. Mileurt. Jes (DUETO. zio Uu. s Jis 9 et X XIV. et. Hist, INat. Palm. 171. 222; Kunth num. JP 25 MS Eros 8 NM ay ed 72 UY S IIS IAS TD (O72 5 Garde bach. Symó ad flor. Argent. p. 283; Wendl. zz KerzA. Jg JAms. 9. mad. lee Jos ns. NU p. JUL pu EAT CXXVIIL; Morong zzz. of the IN. Yor& ead. of Scienc. VII. p. 245.
ConvPHA cERIFERA Mart. Jam. Bras. 56 t. 49, 50 et suppl. 50 4. 5r f. s. M. A. Macedo ZVe£&. sur 4e palm. Cur- nauba, 1667.
Encontrei esta bella palmeira, a que Arruda Camara deu o nome de CorypAw, com o nome de Carazdá, pelas margens do Rio Paraguay, formando extensas florestas de milhóes de exemplares.
Póde-se dizer que quasi toda a regiáo do Chaco (t) é ex- clusivamente occupada por ella. Encontra-se de todas as alturas, vivendo socialmente. Milhóes sào derrubadas pela industria e queimadas pelo fogo dos campos, que ás vezes se extende por muitas leguas, porém, apezar disso as florestas continuam com- pactas. Tres variedades sáo conhecidas pelos naturaes,que nào sào mais do que differentes épocas da vida. Designam pelos nomes
(Y) Náo significa banhado, charco, pantano, como se pretende; é uma corruptella do quichua CZacZ que querdizer ajuntamento, compauhia. Teve essa regiáo paraguaya esse nome porque foi nella que se reuniram as tribus que fugiram do Perá, ante a conquista Inca e a dos hespanhóes.
de ame negra, Palma colorada e Palma blanca, as tres idades, as novas, as adultas e as velhas, que se distinguem pela cór do lenho preto, avermelhado e branco. Entretanto, pelas dif- ferencas que estes estados apresentam tambem na folhagem, o Dr. Morong considerou-as especies distinctas e conservou o nome de Copermzm certfera, para a palma negra, denominando C. alba, à blanca, e C. vubra à colorada.
O Caramdá, que é a mesma Carzauóa do Ceará e do Ma- ranháo, é uma das palmeiras que por si só fornece ao homem tudo quanto precisa. Entretanto no Paraguay só é empregado o lenho e nào se aproveitam do tomento das folhas novas e grelos (mangará) para a céra; apenas das folhas fazem abanos, chapéos e outros objectos. Devo aqui fazer sentir que o nome caramndá íoi modificado no Amazonas para Carazd e no Ceará para Caz7zauóa ; aquelle designa hoje uma Mauritia, e perdeu pela pronuncia tupy o 4 que sempre sóa no karany. Carzauwóa tambem é uma corruptella e já nào designa o fructo e sim a arvore. Carnauba significa Carzaubezra, isto é Carandd o fructo desse nome e yóe ou zóas, a arvore. Caramdayóam ou Carandáuba, pela pronuncia. portugueza, é orthographia correcta, mas que fizeram estropiando Carazáuóa e hoje Carzauóba (1). Noticia circumstanciada desta palmeira, dá o dr. M. A. de Macedo, na sua JAemoriam sobre a Curnauba, publicada áÀ pags. 281, do volume 4? (nova serie) do ZuxzAador da Jm- dustrux ANactonal, publicado em 1856, e que deve ser lida, pelo proveito que pode tirar d'ella a industria de Matto Grosso.
Ista especie extende-se até Matto-Grosso onde nào é tào abundante.
O nome Carandá é applicado tambem á Zvz/rzzax Bra- szieusis Mart., do Rio Paraná e Rio Grande do Sul.
(1) O nome Carazd4 hoje applicado a estas palmeiras n&o designava outr'ora a mesma. Dando os indigenas o nome de az44, aos fructos das palmeiras em geral, querendo designar as grandes florestas que existem no Paraguay d'esta palmeira, exprimiam-se dizendo: caa-z-azdd, isto é : zza/a de amdás, vindo r euphonico pela pronuncia, como é geral no karany. Carandá quer dizer cogzezraz.
Fam. LEPIDOCARYEAE Mart. Gen. Mauritia L. fil.
MAURITIA VINIFERA. Mart. Paz. Bras. 42. (. 38, 39 ; Palm. Orbto 20. 1. 13 00-215 IKantho rum Eyat. LL b 277 Walp. z4mz. Bot. Syst. V. 5. 832; Wendl. ee Kereh. Les Lulmters, f. 25r; Drude, ze dor. Bras. 447. $. I1, gag. AQ. 6s LAUS fe MUI LAS IAS s UT
Vulgarmente é conhecida esta util e proveitosa palmeira pelo nome de Zzurzi/y ou Borz/y, corruptella de 7M$ority, d'onde veiu tambem o nome de ZZzr/fy, dado no Parà à JMaurzta Jlexuosa, que tambem já fazem AMirity. Máóority quer dizer o que contem agua, liquido, de 775oró, que contem e /y, agua; com effeito é uma das grandes utilidades d'essa palmeira e donde lhe veiu tambem o nome scientifico de z/zzfera. Muitas vidas salvou esta palmeira, saciando a sede do nosso exercito da expedicáo de Matto Grosso, durante a guerra do Paraguay
Nos campos geraes e aridos, quando se avista uma d'essas arvores protectoras, produz o mesmo effeito de um oasis no Sahara, pode-se dizer: « vamos encontrar agua ». Com effeito, sempre junto se encontra alguma fonte ou regato, e quando este estejaà secco, encontra-se no seu espique o liquido bastante para saciar a sede de muitos homens. A esta quadra melhor o nome de Z4reore do viajamte do que à Aavennalia Madagas- carie"sis, porque esta só contem nas vaginas de suas folhas o deposito das aguas pluviaes, emquanto que a palmeira brazi- leira contem em si um reservatorio proprio para todo o anno.
Encontrei grandes borityzaes, entáo com fructos, quasi maduros, perto de Villa Mendes, aquem do Rio das Areias de S. Miguel, e alguns pés na Serra da Chapada.
Fam. ARECACEAE Mart. Gen. Geonoma Wild. Sect. scHIsTOSPADIX Trail.
]l. GEONOMA CHAPADENSIS Barb. Rod. Caudex gracilis caespitoso denso annulatus. Foliis zequaliter pinnatifissis, petiolo quam foliolis majore, foliolis 4—jugis, extimis mi- noribus, tribus falcato longissime acuminatis cum uno alte- rove uninervi intermixtis lineari-acuminatissimo. Spadix pa- niculatis. folis quadruplo brevior pedunculo spathas mi- nutas breve excedente compressi, rachi ramos inferiores ramificatos et apicales simplices breves mucronatos.
AM UID, di
Caudex 2"X0o,"o25 lg. annulis o,"o4 inter se distantibus.
Folia 10—12 contemporanea, r,"—1,'30 lg. atroviridia ; vagina o,"or—o;,"15 lg., petiolus o,"50—0,"70 ]g., super concavus, /o/rofis inferiore 0,50»€(0,08 lg., 8—-10 nervis, (Ang. 60.), lineare 0,45X0,015 lg., uninervis, (Ang. 60"); medio o,"55—0o,"i1 lg., g9—10 nervis, (Ang. 50), supe- riore o,"55*(0,"10 lg., 12— nervis, (Ang. 40.9). S5a/Z2s lan- ceolatis, obtusis, exteriore o,1:0 leg., interiore o,"o9 le., cin- namomeo tomentosis. .S$fadices tam masculi quam fceminii in una eademque stirpe, fusco tomentosi 2 in eadem planta infra folia evoluti; pedunculo asper, erecto, o,"r3 lg., ad basin cinnamomeo tomentoso, compresso; zacAi o,"ro lg. rami 10—1i9 laxe inserti, inferiores longe pedicellati et 2—4 furcati, superiores simplices 0o,"25—0,"27 lg., a/veoz in interstitiis o,"o05 separati, laeviter immersi, labio emar- ginato. Z/ores masc. rami diametrum aequantes; sepala lanceolata, obtusa, concava, extus gibbosa, marginibus mi- nutissimis fimbriatis; petala subdupla majora, oblongo-lan- ceolata, subacuta, concava ; z/ceo/o staminali lamentis sub- aequilongo ; /Zoz. f/aem. non vidi. Zaccae ignotae.
Han. rarior i£ Morrinhos ad Serra da Chapada, /7/voev. Matto
Grosso. Z7oret unio. Heró. m. 204.
ExpL:c. TAB. I. — r. Vista, tirada do natural, dos Jews AMorrinhos, na serra da Chapada, mostrando o //a;z0é, onde foi encontrada a zzqova. 2. Porcàáo do espique de tam. nat.. 3. Uma folha, muito diminuida. 4. Spathas e espadice, de tam. nat.. s. Flor macho, quatro vezes augmentada. 6. Fila- mentos e antheras, cinco vezes augmentados. 7. Sepala, vista de lado, oito vezes augmentada. 8. Petala, oito vezes augmentada.
Receio que esta especie me seja levada tambem para o cortejo das synonymias, porque se a minha QG. //zyzga/a, que nào se parece tanto com a (G. famuiculteera de Martius, foi le- vada para a synonymia d'esta, o que nào faráo com esta, cujas folhas se assemelham na disposigào dos foliolos, com as G. Gasftontana, lVitttezaua, Broguartiz, Desmarestz?
Entretanto para quem as conhece de zisz, no logar em que naturalmente crescem, nada tém de commum a de que me Occupo com as citadas. No habitus, no tamanho, nos spadices e nas flores é inteiramente differente.
Nào é o prurido, de fazer especies novas, porque, mercé de Deus, já centenas de plantas perpetuam o meu nome, e náo será mais uma que influenciará na minha vida. As que jà tenho chegam para dar nome a mais de um botanico.
Vem este cavaco a pello, porque n'esta familia, tenho sido infeliz; muitas especies tém servido para dar nome a outros e como náo quero ver mais uma perdida, de antemáo previno.
Encontrei esta especie crescendo em soqueiras no logar denominado ZZoerrzekes, na serra da Chapada, nas bordas de um profundo Zz/azé (*) coberto de luxuriante vegetacáo que cobria um lindo regato, que sobre rochas se espreguigava. E conhecida vulgarmente por JZzdobi»£a. Em Julho florescia, porém, encontrei apenas spadices masculinos, pelo que completa nào pode ser a descripcáo, mas, o é tanto quanto basta para o estudo comparativo e fazel-a bem caracterisada.
(1) De 744, pedra e amfé, parede, que por corruptella fizeram 774á-az:2é, 2/a;0é. Pedras cortadas a prumo, como paredes.
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2. G. ALTISSIMA Barb. Rod. Caudex gracilis elatus caespitosus remote annulatus foliis longe petiolatis, foliolis trijugatis plurinervis falcato-acuminatissimis rarius linearibus uniner- vibus intermistii. Spadix paniculatis follis multo brevior pedunculo spathas longas excedente compressi, rachi ramos inferiores ramificatos et apicales paucos simplices exserentes, omnes divaricatos filiformes minutissime mucronatos, al- veolis laeviter immersis, labio emarginato.
AUS UT,
Caudex elatus, gracilis 4—5,"40X(0,"04 lg.. Fo/i» 11 contempo- ranea, erecto-patentia, congesta, 1,"9o le., atroviridia, vegzza 0,"25 lg..tomento cinnamomeo adspersa, Ze/ro/us o,"80 — 0, "9o lg., super concavus, /o//o/rs trijugatis, plurinervis, inferiore 0,"70XX0,"10—0,"12 lg., utrinque 9—10—nervis, (Ang. 30?), medio 0,65X0,"ra—o,"r4 lg. utrinque ro—r2— nervis, (Ang. 30.?), superiore 0,605X(0," 12—0;"13 lg., utrinque 12— nervis, (Ang. 48.?). SSPadices 0,"20—0;"23 lg., cianamomeo- tomentosi ; feduuculus compressus, erectus, asper, o,"20 lg. spat/tts longis, (o,"r6) lanceolatis tomentosis, racAzs o,"12 lign. rami 20 arcuati, inferiores longe pedicellati 3—4 furcati, o,"20 lg., supremi simplices ; a/veo/is in interstitiis fere O,"006 superpositis, per spiram 2 dispositis, labio breviter emarginato. /Z70res masc. sepala apice purpurascentia lan- ceolata, subacuta, concava incurvata; fe/a/a sepala aequa- longa, oblonga ad basin attenuata, subacuta, concava ; Jem. non vidi. Zaccae subrotunda, o",o09 in diam., atro- violacea.
Har. zu suvis Capáo secco, ad Serra da Chapada, Prov. Matto Grosso. ZVoret. Yun. Herb. n. 210. PiNDosINHA zucolorum.
ExPric. Tas. II — r. Porcáo do esplque, de tam. nat. 2 a. 24. 2c. Folhas de um mesmo exemplar, sendo a commum, 2 raro, e c rarissimo, muito diminuidas. 53. Spathas e espadice, com fructos, tam. nàt.; 4, DNCEÓ Sepalos seis vezes augmentados; 7, 8 e 9 Petalas, seis vezes augmentadas.
O polymorphismo das folhas é notavel na Geomoma fpanz- cU/?2era, apresentando em uma só soqueira exemplares que destacados, serào facilmente tomados por palmeiras differentes, quando pertencem a um só pé, nascido de uma semente. A especie de que me occupo é uma em que tambem as folhas sáo polymorphas, nào tanto como a fazeuligera, mas apresen- tando em uma só soqueira tres fórmas de folhas, das quaes facilmente se conhece qual o typo predominante, porque raras sáo as modificacóes. Assim a fig. e, da Est. IL, é o typo commum e que caracterisa a especie, que degenera ás vezes no typo ó e mui raras vezes no c. E' uma especie de folhas trijugadas, mas nào se confunde com nenhuma das que citei, tratando da G. CAapademsis, das quaes se distingue logo pela sua elevacáo e grossura do espique.
Esta nova especie encontrei, no logar denominado Capáo secco, formado de alta e humida íloresta, á sombra da qual crescia em soqueiras, de longos espiques, que disputavam a luz pelos claros das galhadas das arvores. Estava em Julho com Íructos, que nào tinham attingido a completa madureza.
Vulgarmente tem o nome de ZZzdobizha, commum áà todas as Geonomas em Matto Grosso como o de Ü/zmraza, no Ama- zonas.
Das folhas se aproveitam os naturaes para forrarem os cestos de farinha.
Gen. QEnocarpus Mart.
1l. CENOCARPUS DISCOLOR. Barb. Rod. Caudex procerus cy- lindricus gracilis nudus foliis distichis subscrispatis, petiolis et basi latissim& brevissimé vaginante, abrupte angustatis longi- bus, foliolis per 2-6 aggregatis oppositis vel alternis suberectis et deflexo-pendulis linearibus vel late linearibus acuminatis supra nitentis subtus glaucis. Spadix ferrugineo pulveru- lentus feré maximus, ramis longissimis supra pedunculum subito deflexo-pendulus rectis ad apicem attenuatis, petalis masc. oblongis acutis concavis.
Alpi, ULT,
Caudex 8"*Oo",rs5 lg., cinereo-fuscus, leviter annulatus, annulus 0",03—0",04 leg. cicatricis foliis equantibus. 7/23 10 contem- poranea in comam flabelliformem dense congesta, 4",40lg., arcuata; vagina lanceolata, dorso sub-gibbosa, o",25 lg.; petiolo super-canaliculato, cinereo-tomentoso, 1",20 lg.; rachzs subtus convexa, bifacialis, supra sub-concava, versus apicem carinata; /oZze//s inferiores 1"»(o",or lg. medio i| *ono 54 Goss lleno IUpXatodes (G5, — (O'^540 *€ GO" (oris Diez, acuminatis, supra atroviridis, nitentis, subtus glaucis, nervo medio superne prominulo satis robusto. .S$a/Aa decidua, exteriora lignosa, lanceolata, acuminata, fer- rugineo-tomentosa, o",50»*( 07,20 ]lg., interiora lignosa, lineari-lanceolata, longé mucronata, ferrugineo-tomentosa, O",70 — I" X, o",45 —o",s0o lo.; spawdzx infra folis insertus pendulus; zazzi plurimi, secundi, deflexo-penduli, o",5o lg. in ima basi ad longitudinem o",05 — o",1 floribus destituti. Plores dense dispositi, masc. sepa/a minima, lanceolata, acuminata; fe/a/a multo majora, oblonga, acuta, concava; staminibus inclusis petala demidio minoribus; azZZere 6, lineares, obtuse, ad basim bilobas; eerzzzodio trifido; fem.
non vidi. Zacce ignotae.
Has. ze sWurs Aumedzs Morrinhos ed Serra da Chapada, rov. Matto Grosso. Z7ore£ 7umio. PiNDoDA aó zucolis denominata. Herb. «n. 239.
ExPLic. TAB. III. — r. Porte muitisimo diminuido. 2. Uma porcáo do rachis da folha, para mostrar a insercáo dos foliolos, tam. nat. 3. Uma porcáo da parte média de um foliolo de tam. nat.. 4, 4 2, 4 0, 4c, 4 d, 4 e. Mostram córtes transversaes do peciolo (4) e do rachis de tam. nat.. 5. Spathas, dez vezes diminuidas. 6. Uma porcáo de um ramo, com flores novas. 7. Uma flor masc. na anthese, quatro vezes augmentada. 8. Calyce, oito vezes augmentado. 9. Petala, oito vezes augmentada. 1o. Um estame, seis vezes augmentado. 1r. Germinodio abortivo, quatro vezes augmentado.
Herborisava nos campos da Chapada, quando, ao chegar a dois morros que entre si formam um profundo desfiladeiro (itambé), no logar denominado Morrinhos, quando avistei, por entre as ultimas